sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Quase um "idiota" em 1876.


Pra não dizer um super idiota.. e sim, um mega idiota apaixonado, que expressou nessa carta para Aglaia, tudo o que sentia.
Talvez seja umas das coisas mais belas que eu já pude ler. Mas saber que isso foi dito por Dostoiévski em 1876.... é de fuder!


"Hoje se decidirá o meu destino, a senhora sabe de que maneira. Hoje eu devo dar minha palavra de modo irreversível. Não tenho qualquer direito à sua participação, não me atrevo a ter quaisquer esperanças; mas certa vez a senhora deixou escapar uma palavra, apenas uma palavra, e essa palavra iluminou toda a noite negra da minha vida, tornou-se um farol para mim. Diga agora mais uma palavra como aquela e me salavará da morte! Diga-me apenas: rompa com tudo, e eu romperei hoje mesmo. Oh, o que lhe custa dizer isso! Nessa palavra eu peço apenas um indício da sua participação e da sua compaixão por mim -- e só, só! e nada mais, nada!

Eu não me atrevo a imaginar qualquer esperança porque não sou digno dela. Mas depois da sua palavra eu tornarei a assumir minha pobreza e passarei a suportar com alegria a minha condição desesperada. Eu receberei a luta, me alegrarei por ela, renascerei nela com novas forças!

Mande-me essa palavra de compaixão ( apenas de compaixão, eu lhe juro!) não se zangue com o atrevimento de um desesperado, de alguém que está se afogando por ter ousado empreender o último esforço para se livrar da morte."

Gánia


Eu só posso dizer mais uma coisa... é de chorar. E chorei!!!

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