quarta-feira, 13 de maio de 2009

A colheita dos "frutos" em Parada de Lucas.

Talvez tenha sido um dos primeiros relatos postados aqui há um ano atrás. Falava de como é fácil ter um jardim em casa. E hoje, levantei-me, peguei o já conhecido e bem falado 639 e fui pra Parada de Lucas colher algumas Sansevierias trisfaciatus (espadas de são jorge) para colocar num projeto de paisagismo que orçei e fechei ontem. Aliás ontem, não estava nos meus melhores dias, mas depois recebi a resposta que tanto esperava... Foi aceito meu orçamento de mais uma nova intervenção paisagística. Mas a felicidade e a espera toda não era por conta de mais um projeto, e sim, por conta de ser um projeto que eu usaria as minhas próprias plantas, semeadas há uns 2 anos atrás e que agracia um espaço numa área que em outrora era tão degradada.
Durante mais ou menos 5 anos, já fiz lá no meu viveiro que, a partir de agora chamaremos: "Viveiro Zona Verde", inúmeras colheitas de Impatiens wallerianas (Mª sem vergonha), Syngonium podophyllum ( singônio), bananeiras.... e por aí vai... de tanto que a terra é fértil -- isso porque só tinha pedra.
Mas hoje pude colher minhas inúmeras espadas para serem colocadas neste projeto que executarei amanhã num Bistrot muito gostoso localizado no bairro do Leme - RJ.
a intenção maior deste relato é de alertar as pessoas que é muito gostoso poder ter um espaço em casa ou em algum outro lugar, e poder cuidar de plantas e depois sair semeando pela cidade como eu mesmo faço desde há muito tempo atrás.
Na semana passada, plantei inúmeras helicônias aqui nos canteiros dos pau-ferros plantados no Boulevard 28 de Setembro. O mais gostoso vai ser daqui um tempo -- e se deixarem -- ver o resultado. Uma rua toda florida....com as minhas próprias mãos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cidade dividida.

A tal cidade maravilhosa que muitos falam existir no Brasil... seria o Rio de Janeiro.
Moro nela há 6 anos... e só vejo as maravilhas da zona sul e as possíveis maravilhas da zona norte.... oeste.. central. Não conheço uma única área pública na zona sul, que esteja abandonada. seja por iniciativa do estado, ou por "incentivo" particular. Já na áreas longínquas da tal "cidade maravilhosa" -- sim..pois o que me parece é que, quando se fala de cidade maravilhosa, todos se referem à zona sul: Leblon, Gávea, Jd. Botânico, Ipanema e até Copacabana --, passando esses limites, vê-se uma cidade falida... largada.. sem poder público.
Um dia desses li numa coluna de jornal -- aliás coluna social , coisa mais ridícula do mundo que dá assunto pra manga futuramente --, que a nova diretora da conlurb estava feliz da vida por ter recuperado o parque que ela crescera e brincara toda a sua infância. Fui ver que parque era esse e onde se localizava. "Parque Guinle' localizado em Laranjeiras... bairro dos "Cools da tal "Cidade Maravilhosa".
Fiquei indignado, pois estava lendo essa tal coluna no banheiro e lá em Parada de Lucas. Um bairro esquecido pelo estado desde que fora "criado". Tem uma praça com algumas mudas de Chamedorea e uma terra batida com uns equipamentos completamente abandonados. Me lembrei também do antigo zoológico do Rio de Janeiro, localizado no Grajaú. Passo por ele sempre quando pego o 639. Uma área com um potencial enorme pra virar um parque público com equipamentos para crianças... jovens.. adultos. Passa até um rio por ele... que as crianças nadam naquela água fétida.
Eu como um Antropólogo, paisagista e um urbanista autodidata, me entristeço toda vez que vejo uma área degradada como todas as áreas existentes e longe da "cidade maravilhosa".
diretora de gabinete... Você conhece toda a Cidade maravilhosa?

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das Mães?

Eu me lembro quando era um fedelho e morava com meus pais, que dias das mães significava sair com o pai pra comprar presentes pra ela. Talvez em muitas famílias, esse sair pra comprar presente com o pai - é a única vez durante o ano - que o pai sai com o filho. Tudo bem que tinha àquele ritual todo de escolher os presentes, comprar escondido dela e tudo e tal... mas sair e ter esta intimidade com o pai, deveria acontecer mais vezes. ALmoçar fora então era uma delícia. Íamos sempre em um restaurante chamado Spindorello. Passava um riacho com uma roda que fazia com que um pilão ernome, preparasse a farinha de milho que acompanhava os frangos de diversas maneiras. Voltávamos pra casa, assistíamos um pouco de tv e acabava o domingo.
Depois que me mudei de casa aos 18 anos.. isso tudo se foi. Eu mesmo às vezes, comprava um presentinho pra Titi, e quando podia, viajava pra ter com ela.
Hoje, saí de casa às 09:00 hs, e comecei a perceber o movimento nas ruas do bairro. Um furdunço numa banca de flores na esquina de casa fizera com que o barraqueiro chamasse, inclusive a sua mãe, pra ajuda-lo. Gostei de ver àquelas pessoas todas querendo comprar flores mesmo que seja só por hoje... neste então Dia das Mães. Durante todo o trajeto do ônibus - que passa por quase toda a zona norte - inúmeros filhos, esposos... compravam flores. ALgumas até artificiais, mas de qualquer maneira, como disse um amigo " vai ver que a humanidade está ficando mais sensível". A cada parada do ônibus, famílias todas bem vestidas, com suas crianças animadíssimas, íam pra casa ou para algum lugar, terminar de fazer o tal ritual de Dia das Mães. Eu estava fazendo o mesmo... Colocara uma calça jeans, uma camisa com um abrigo nos ombros e lá fui pra casa da minha "mãe" carioca.
Mas o que mais me chamou a atenção, era a cara das crianças que andavam sem as mães, com seus pais... umas caras de assustados... como se ao fazer alguma coisa, o pai já o chamaria a atenção. Então pude ver que continua sendo do mesmo jeito de quando da minha infância... sair com o pai..só às vezes. Por quê será?
Ouvi uma mãe falar para seu filho: "Olha...se você não parar...vou chamar seu pai! "
Veio a resposta que me perturbava a viagem inteira de ída e volta: Pai significa O Absoluto!
E a Mãe?
deixo à baila!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

4 pães e mais algumas coisas...

Saí pra comprar 4 pães e acabei comprando um sofá, uma escrivaninha, 5 latões de cerveja e mais um maço de cigarro.... total: R$ 50,00.
Isso é morar na Vila Isabel e montar uma casa nova com pouco dinheiro.
Não tinha a intenção de tamanha compra... mas como precisava de algumas coisas para a casa nova, não pensei duas vezes ao me deparar com tamanha promoção. Veio um, veio mais outro oferecendo fretes, mas dispensei. Peguei o carrinho de supermercado do condomínio, fui até a "loja" e carreguei feliz da vida.. andei alguns quarteirões feito "mula de carga" sem cavalo e cheguei em casa.
Pera me recebeu na porta um tanto quanto assustado com tantas coisas... mas depois entendeu e foi logo entrando nas gavetas.... se espreguiçando no estofado... e agora estamos aqui... em posse do que necessitamos para passar mais um feliz final de semana...e onde onde onde??? Vila Isabel el el el !!!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pois é.... é aqui que estou. Terra de Noel Rosa. Vila Isabel.

Depois de anos de Zona sul, a tal cidade maravilhosa que quase todos falam.... resolvi e por uma oportunidade, vim morar na zona norte. Vila Isabel... Terra de Noel.... eternizadas nas frases melancólicas e sambadas do grande compositor que conseguiu expressar seus sentimentos e sua vivência pelas ruas e bares do bairro.
Ruas e bares esses que me fascinaram por assim me facilitar o acesso às pessoas verdadeiramente receptivas... cariocas... nem tão cariocas como a própria etimologia da palavra, mas pessoas verdadeiramente humanas se você pode me entender. Aqui a hipocrisia passa longe.. a futilidade nem chega perto a não ser num celular da Nem.
Eu saí do Leme numa sexta-feira santa pela manhã num chevrolet antigo.... com meus livros... minhas roupas... minhas plantas e o Pera. Atravessamos o túnel Santa Barbara e o Pera sempre desesperado ( talvez por estar saindo da ZS e voltando pra ZN. ) miava de um jeito nunca antes miado. Mas aos trancos e barrancos (ou seria buracos) chegamos na vila em grande estilo.... numa manhã linda...ensolarada... e com um burburinho nas ruas. Levei tudo para dentro do apartamento luxuosíssmo da família Vieitas Pinto que me cedera com o maior carinho. Um ap grande... com uma varanda gostosa e com uma vista bem ampla do vale da Vila Isabel.
inevitavelmente pensei e visualizei àquela Vila de quando a tal Isabel deve ter morado aqui... cheio de riachos descendo do morro do Grajaú e os pássaros sobrevoando. Quando de repente uma revoada de Maritacas nos surpreende e param aqui nas copas dos maravilhosos Flamboyant avermelhados da praça que agracia minhas vistas.... e cantam sem parar. Avisando geral que estão feliz pelo dia estar terminando.
Lágrimas saíram sem querer de minhas entranças e no dia seguinte as mesmas Maritacas me avisaram que o dia iria começar.
E assim tem sido o começo de uma história num bairro cheio de histórias com pessoas cheias de histórias que vão fazer de minhas estada por aqui... uma Grande História.
Minha e do Pera é claro... pois ele não me deixa nem um minuto, só... e nem eu consigo deixa-lo aqui por muito tempo, só. Pois só não fazemos a história.