Há muito séculos, os Italianos já davam as costas aos rios que cortavam suas terras. Quando se pensava em edificar algo, era perto de algum riacho, dando as costas a ele e assim utilizando-o como um condutor de detritos.
Com a colonização portuguesa e, mais tarde, com a vinda dos imigrantes italianos, sobretudo para São Paulo, não se fez diferente no que tange às edificações. Mais uma vez e seguindo as tendências européias, davam-se as costas aos riachos brasileiros.
Séculos mais tarde, nada mudou. No auge do século XXI, mais exatamente no mês de outubro de 2008, o governo da "antiga" província e capital da "ex" colônia de todo o resto do mundo, ordena a utilização de riachos e canais da cidade do Rio de Janeiro, para a coleta e canalização da rede de esgoto que deveria ter sido feita, quiçá, desde sempre e que até hoje, nada fora feito.
Devido à falta de rede de saneamento básico em comunidades de maior aglomeração na cidade, como as favelas, o governo do Rio de Janeiro anunciou que vai priorizar investimentos em um sistema conhecido como saneamento de tempo seco. Em vez de construir as tubulações do saneamento convencional, o governo vai jogar o esgoto em canais e riachos destas comunidades e bombeá-lo para pequenas estações de tratamento nas localidades. O nome "tempo seco" refere-se à impossibilidade de usar o sistema em dias de chuva, pois com o aumento do volume de água, o esgoto transbordaria.
Segundo nota da Secretaria do Ambiente, "a tecnologia possibilita uma melhora na qualidade da água de lagoas, baías e praias". A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, anunciou que o Estado vai espalhar captações pelos rios e canais que desembocam nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá. Estão previstas intervenções nos canais das Taxas e do Cortado, no Arroio Pavuna e no rio do Anil. Serão projetadas captações no entorno da Baía de Guanabara - em Itaboraí, São Gonçalo, Caxias e Nova Iguaçu. A previsão é que o Estado entregue as captações de tempo seco em cerca de um ano e meio.
Vale lembrar que a capacitação do esgoto de praticamente toda a cidade não passa por um tratamento adequado e assim é jogado em alto mar, IN NATURA, desde a época da colonização onde a Baía de Guanabara começou o seu processo de mortificação.
E aí população balneária.... nada farão?
terça-feira, 28 de outubro de 2008
De costas para os rios desde a arquitetura italiana.
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