terça-feira, 28 de outubro de 2008

De costas para os rios desde a arquitetura italiana.


Há muito séculos, os Italianos já davam as costas aos rios que cortavam suas terras. Quando se pensava em edificar algo, era perto de algum riacho, dando as costas a ele e assim utilizando-o como um condutor de detritos.
Com a colonização portuguesa e, mais tarde, com a vinda dos imigrantes italianos, sobretudo para São Paulo, não se fez diferente no que tange às edificações. Mais uma vez e seguindo as tendências européias, davam-se as costas aos riachos brasileiros.
Séculos mais tarde, nada mudou. No auge do século XXI, mais exatamente no mês de outubro de 2008, o governo da "antiga" província e capital da "ex" colônia de todo o resto do mundo, ordena a utilização de riachos e canais da cidade do Rio de Janeiro, para a coleta e canalização da rede de esgoto que deveria ter sido feita, quiçá, desde sempre e que até hoje, nada fora feito.

Devido à falta de rede de saneamento básico em comunidades de maior aglomeração na cidade, como as favelas, o governo do Rio de Janeiro anunciou que vai priorizar investimentos em um sistema conhecido como saneamento de tempo seco. Em vez de construir as tubulações do saneamento convencional, o governo vai jogar o esgoto em canais e riachos destas comunidades e bombeá-lo para pequenas estações de tratamento nas localidades. O nome "tempo seco" refere-se à impossibilidade de usar o sistema em dias de chuva, pois com o aumento do volume de água, o esgoto transbordaria.

Segundo nota da Secretaria do Ambiente, "a tecnologia possibilita uma melhora na qualidade da água de lagoas, baías e praias". A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, anunciou que o Estado vai espalhar captações pelos rios e canais que desembocam nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá. Estão previstas intervenções nos canais das Taxas e do Cortado, no Arroio Pavuna e no rio do Anil. Serão projetadas captações no entorno da Baía de Guanabara - em Itaboraí, São Gonçalo, Caxias e Nova Iguaçu. A previsão é que o Estado entregue as captações de tempo seco em cerca de um ano e meio.
Vale lembrar que a capacitação do esgoto de praticamente toda a cidade não passa por um tratamento adequado e assim é jogado em alto mar, IN NATURA, desde a época da colonização onde a Baía de Guanabara começou o seu processo de mortificação.
E aí população balneária.... nada farão?


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